27 março 2010

Stacey Kent em Castelo Branco na próxima quarta-feira

A habilidade para contar uma história, capturar uma emoção, um humor, apurá-lo e compartilha-lo como se de um segredo se tratasse, com a sua audiência; estas são as qualidades que tornam Stacey Kent tão especial. Feliz em qualquer género, ela lança longe a sua rede à procura de inspiração.
Com o seu primeiro álbum a solo, "Close Your Eyes", em 1997, os críticos saudaram o nascimento de uma nova estrela de jazz, com fraseado impecável, uma voz clara, encantadora e um estilo singular que misturam sensibilidade e sofisticação. As suas versões de standards do Grande Cancioneiro americano e repertórios brasileiros, incluindo clássicos de Duque Ellington, Cole Porter e Antônio Carlos Jobim vêm sempre com o seu carimbo oficial, moderno e saboroso. Stacey Kent impôs-se como um das revelações de jazz mais luminosas do novo século: votada melhor vocalista de jazz nos 2001 British Jazz Awards e nos 2002 BBC Jazz Awards, foi também uma das nomeadas para os Grammy em 2008.

O sucesso chegou em grande com o seu sexto álbum " Breakfast On the Morning Tram " (o seu primeiro com a prestigiada Blue Note) lançado no Outono de 2007, vendendo mais de 300 000 em todo o mundo. França tornou-se um dos seus locais de eleição com 150,000 vendas de discos, tournés esgotadas por todo o território francês (incluindo um espectáculo memorável no Paris Olympia) e a com a condecoração da Ordem Nacional de Artes e Letras, dada pelo Ministro Francês da Cultura na primavera de 2009.
A sua relação com França é profunda. O seu avô era um residente a longo prazo, tendo a cantora passado algum tempo a estudar em França. Os primeiros sinais de Francofilia já eram visíveis em " Breakfast On the Morning Tram ": "Samba Saravah" (do filme de Lelouche, Um Homem e uma Mulher) e duas versões de Serge Gainsbourg, “Ces petits riens” e “La saison des pluies”, fazem parte do repertório do disco.

Com o seu último disco, saído a 22 de Março, Stacey vai mais longe na sua ligação francesa: “Raconte-moi” é cantando integralmente em francês. Neste trabalho Stacey Kent revisita grandes clássicos da herança musical francesa com canções de Paul Misraki, Georges Moustaki, Henri Salvador, Michel Jonasz, Keren Ann e Benjamim Biolay, dando a conhecer também o trabalho original de talentosos novos compositores como Claire Denamur, Pierre-Dominique Burgaud e Emilie Satt cujo "La Venus du Melo” é o single de estreia.
Jazz ou chanson francesa? Uma vez mais Stacey Kent une géneros, enquanto deixa o seu carimbo pessoal, de uma forma elegante e delicada neste álbum excepcional.

Bilhetes a 20 € (plateia) e 15€ (balcão. Descontos de 20% para menores de 25, maiores de 65 e Estudantes.

Mico da Câmara Pereira, hoje, no Cine-Teatro Avenida, às 22h


25 março 2010

Hoje, às 21h30, COZINHEIROS, pela ESTE - Estação Teatral

O mundo como uma cozinha, onde os homens vão e vêm sem poderem ficar o tempo suficiente. O mundo onde as amizades, os amores, as desinteligências se apagam tão depressa quanto se acendem. A cozinha de um grande restaurante como um manicómio ou como a sociedade onde “ter” está na razão inversa de “ser”.
Fazendo um estudo de “A Cozinha” de Arnold Wesker a ESTE experimenta de uma forma conceptual um trabalho drástico ao nível da síntese ao mesmo tempo em que explora o sentido da comunicação. Um espectáculo eminentemente físico e gestual onde a verosimilhança se suporta na capacidade de acreditar de quem faz e de quem vê.

Ficha Artística e Técnica:
Texto e Encenação: Nuno Pino Custódio;
Cenografia e Figurinos: Marta Carreiras;
Desenho de Luz e Operação Técnica: Pedro Fino;
Sonoplastia: Albrecht Loops;
Fotografia: António Supico.

Interpretação:
Alexandre Barata;
Carlos Pereira
Pedro Diogo;
Ricardo Brito

20 março 2010

Carmen, de G. Bizet, este domingo às 18h





Será Carmen o perfeito símbolo da libertação da mulher ou uma mulher fatal? Don José, o soldado que deseja possessivamente Carmen será ele também símbolo de uma era na qual a mulher tinha um papel perfeitamente instituído e expectável? A cigana Carmen é admirada e desejada por todos os homens mas será D. José quem, depois de uma aparente indiferença, cairá de amores pela mulher. Será na Praça de Toiros que culminará esta espectacular história, em 4 actos, com praticamente 3 horas de duração, com música de G. Bizet, libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseado na obra de Prosper Mérimée. Estreada a 3 de Março de 1875, em Paris, é uma obra incontornável do repertório operático.

Na versão que vai ser apresentada no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, uma novidade: pela primeira vez, vai ser usado o fosso de orquestra da sala. Os bilhetes custam 30 euro com descontos de 10% para maiores de 65 e para grupos de 10 pessoas.

19 março 2010

Alexandra Lucas Coelho, na Localvisão

16 março 2010

Filme Kandahar, de Mohsen Makhmalbaf

Hoje, dia 16 de Março, às 21h30, no Cine-Teatro Avenida
UMA VIAGEM À TERRA DOS TURBANTES NEGROS
Embarcar numa viagem à terra dos turbantes negros é como dar um salto no escuro. É uma viagem com destino no irracional, no incompreensível. É como se ao atravessar a fronteira o viajante tivesse que abandonar toda a sua capacidade de compreender. O Afeganistão mostrado por Mohsen Makmalbaf não é um faz-de-conta: é uma descida à escuridão, uma expedição a um mundo diferente, de outro tempo, onde a parábola por vezes mágica enfatiza a triste realidade.

Nafas, uma mulher afegã que vive no Canadá, regressa ao seu país para tentar salvar a sua irmã que ameaça cometer suicídio antes do próximo eclipse solar. Pelo caminho, nas aldeias, nos diferentes lugares, nas estradas poeirentas, Nafas relata a sua viagem para um gravador. Seguimos a nossa narradora através do reino da loucura, no caminho para Kandahar, a cidade sagrada e terra natal dos fanáticos de Deus. Tudo no filme é abençoado: o canto, a música, as imagens, a fotografia, a pintura, cada imagem do Homem.

Passamos por uma escola onde as crianças aprendem o Corão com professores de um dogma radical e por um exército de amputados... de anos de guerra, anos de loucura. Nos montes de areia e nas dunas também encontramos o fantasma de Pasolini, com imagens das "Mil e Uma Noites". Mas trata-se das "Mil e Uma Noites" com uma mensagem de morte! Um Oriente que até agora era desconhecido no que respeita ao seu paroxismo e à sua espiral de morte, à urgência do suicídio. Quando os Talibans chegaram ao poder em Cabul, em Setembro de 1996, prometeram um reino de pureza. Durante um tempo, os habitantes de Cabul aplaudiram, (…) mas os afegãos rapidamente se desiludiram. "Taleb" significa estudante de teologia. Mas estes estudantes, muitas vezes analfabetos, acabaram por se tonar nos piores inimigos da cultura, principalmente da cultura afegã, que se baseia na tolerância e hospitalidade. O Afeganistão foi condenado a todo o tipo de proibições. O que se seguiu foi um reinado de silêncio.

Pureza? Pode realmente ser facilmente encontrada - no tráfico de ópio, a origem da heroína, os campos de corolas vermelhas e brancas plantadas pelos talibans até há bem pouco tempo, antes da seca, que fornece os maiores traficantes de droga do mundo. Três mil e oitocentos agentes religiosos da milícia patrulham as ruas das cidades, com obediência cega ao Ministério para Promoção da Virtude e Repressão do Vício. Como tiranos, espancam os que se esquecem das horas da oração, os que reagem são mortos - quase à queima roupa - as mulheres que ousem mostrar um pedaço de carne ou se se vir através da renda do véu um toque de maquilhagem. Depois, os cabecilhas da milícia decidiram apagar o passado e destruir as estátuas. Destruíram os maiores Budas do mundo, com o intuito de erradicar o passado e inventar um novo Homem, subjugado ao dogma, neste país com vinte milhões de almas, onde mais de um milhão de pessoas encontraram a morte.

Os Talibans - destruidores de ídolos - querem invadir as memórias. Por isso tudo o que encontramos quando nos esgueiramos através cidades dos talibans, nesta terra de palavras, contos, vocalização, é o silêncio, nada mais que o silêncio, transformado em medo. O filme belo e puro de Mohsen Makmalbaf, tão afinado como as cordas de um violino proibido, é um apelo vibrante que grita por ajuda. Um apelo pelas mulheres, condenadas à janela da sua burca, o vestido afegão, prisão de algodão, cidadela da solidão. Um apelo pelos amputados, tropas de deficientes, feridos pelas minas, estas armas cobardes que continuam a matar muito tempo depois de os canhões terem morrido, que coxeiam em direcção aos pára-quedas da ajuda internacional. Um apelo ao totalitarismo teocrático, o estalinismo religioso que actua impiedosamente nesta terra esquecida. Nafas exclama: "Pus a minha alma nesta viagem". E isto ecoa através da rede triangular que guia o seu olhar e que é o encarceramento de um país inteiro. Toda a esperança está aniquilada. Como se as almas estivessem condenadas a vaguear para sempre, nas areias e montanhas afegãs, fortalezas do vazio. Os soldados-monges aboliram os sonhos. Os turbantes negros mataram o amor.
Olivier Weber
Jornalista, escritor, autor de "On se ne tue pas pour une femme" (Plon); (" You don't kill yourself for a woman")

Alexandra Lucas Coelho, hoje, em Conversa de Palco

Oportunidade para conhecer o novo livro de Alexandra Lucas Coelho, Caderno Afegão, com a presença da autora. Esta conversa realiza-se no palco do Cine-Teatro Avenida, hoje, dia 16 de Março, pelas 18h e terá a duração aproximada de 90 minutos.

«Este livro é um acto de coragem.
É um acto de optimismo, também.
Paul Theroux explica na introdução a "O Velho Expresso da Patagónia" que "os viajantes são essencialmente optimistas, ou então nunca iriam a lado nenhum".
É esse optimismo que permite a Alexandra Lucas Coelho afastar quaisquer receios com uma espécie de fatalismo paradoxalmente empreendedor: "não há nada a fazer". Mesmo quando por instantes se lhe infiltra na mente a dúvida acerca do desconhecido que a certa altura a transporta, sabe-se lá para onde, numa terra onde "um estrangeiro é um acepipe". "Não há nada a fazer." E a viagem continua.
Vamos com ela aos jardins de Babur. Descobrimos com ela – num país masculino, onde até na morgue há frigoríficos distintos para os cadáveres de homens e mulheres – a herança da extraordinária rainha Gowar Shad. Mergulhamos o olhar no azul intenso de Band-e-Amir, um milagre atribuído a Ali, primo e genro do Profeta, que continua a proporcionar a quem o visita os bens mais escassos num país em guerra: tranquilidade e alegria.
Aquilo que aqui, a ocidente, a milhares de quilómetros de distância, é apenas um borrão sem nome, uma massa de ideias vagas e de lugares-comuns, geopolítica e geoestratégia, toma a forma de gente concreta, ganha contornos, espessura, rosto. O facto de Alexandra Lucas Coelho escrever tão bem faz o resto. É o meio de transporte em que viajamos por um lugar aonde, é quase certo, nunca iríamos de outro modo.»
Carlos Vaz Marques

Nota biográfica da autora
Alexandra Lucas Coelho nasceu em Dezembro de 1967. Estudou teatro no I.F.I.C.T. e licenciou-se em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. Trabalhou dez anos na rádio continuando ainda hoje a colaborar com a RDP. Desde 1998 é jornalista no Público. A partir de 2001 viajou várias vezes pelo Médio Oriente / Ásia Central e esteve seis meses em Jerusalém como correspondente. Foram-lhe atribuídos prémios de reportagem do Clube Português de Imprensa, Casa da Imprensa e o Grande Prémio Gazeta 2005. Em 2007 publicou «Oriente Próximo» (Relógio D’Água), narrativas jornalísticas entre israelitas e palestinianos. «Caderno Afegão» é o seu segundo livro.

09 março 2010

As Praias de Agnès




Hoje, às 21h30, no Cine-Teatro Avenida, este filme de Agnès Varda. Bilhetes a 3 euro.

05 março 2010

Sónia, produção pelos Cães à Solta, este sábado

Quem - Sónia, uma menina de 15 anos
Quando - após ter sido assassinada
Onde - na transição entre a vida e a morte
Como - apunhalada, enquanto tocava piano.
Porquê - narrativa do texto dramático “Sónia”.

Ficha Artística:
Encenação: Bruno Esteves
Interpretação: Cátia Marinho
Musica: Eduardo Minhós
Fotografia e Vídeo: Rui Félix
Produção: Cães à Solta

Dia 6, às 21h30, no Cine-Teatro Avenida. Entrada Gratuita.

A Voz Humana, pela companhia Cães à Solta

O silêncio de uma mulher que aguarda no vazio o telefone tocar.Espera por uma última conversa telefónica com o ex-amante que terminou a relação para casar com outra. O telefone toca. Ele do outro lado, desta vez fora do seu alcance, sustenta um falso diálogo através de um fio que os mantém ainda ligados. Ora aparentemente segura de si, ora dilacerada pela mentira, vai-se transfigurando pelo fim inevitável da relação.

Ficha Artística:
Autor: Jean Cocteau
Encenação: Bruno Esteves
Interpretação: Júlia Roxo
Produção: Cães à Solta

Hoje, sexta-feira, às 21h30, no Cine-Teatro Avenida, com entrada gratuita.

03 março 2010

Orquestra Sinfónica da ESART - Maestro Pedro Neves

Nesta quinta-feira, dia 4 de Março, a Orquestra Sinfónica da ESART apresentar-se-á no Cine-Teatro Avenida, às 21h30, dirigida pelo maestro Pedro Neves. As obras que fazem parte do programa são as seguintes: Suita Checa, de A. Dvorak e a Sinfonia nº 2, de J. Sibelius.
A entrada é gratuita e esta iniciativa está integrada no Ciclo de Orquestras do Cultura Vibra e no programa Cultura Politécnica do Instituto Politécnico de Castelo Branco.